30.7.07

Observador

Deus...

Que raio de momento mais inerte que vivo.
As coisas não deveriam ser assim, não acontecer dessa forma. De qualquer forma me admira que eu ainda me seja surpreendido nesse mundo onde o que quer que se faça e se veha a sentir é previsível.

Falo de sonhos e momentos que batalhei tanto para que se concretizassem e agora estão perdidos no limbo dos fragmentos da minha vida. Não é só algo em que a vontade impera e o instinto e a ousadia prevalecem sobre a mente e seja o que Deus quiser, porque se queremos e lutamos então haverá de acontecer, cedo ou tarde. Não é bem isso. Diria que é quase um acreditar ingenuo (eu estou sem acento circunflexo), porém metódico. Eu preciso dar sangue por aquilo em que acredito, ter métodos para chegar onde preciso, ter razões - sejam ela quais forem, desde que eu acredite nelas - para, às vezes, ir além do que imagino ser capaz...

E já fiz isso tantas vezes. Vou fundo mesmo, com bom humor e fome por desafios sigo adiante das maneiras mais inesperadas na busca do que procuro pra mim.
Falo de coisas quase simples como um dia de estudos tranquilo ou ter tempo para caminhar, e de coisas mais complexas como procurar a melhor maneira de me desenvolver na minha carreira, de aproveitar a companhia dos meus amigos ou achar um grande amor.

Eu tenho alguns problemas em me focar num único objetivo, com certeza. Talvez pelo gosto de ter o dia agitado, com "n" coisas a serem feitas e em um tempo crítico e voraz para que tudo seja realizado.

Mas é sabido dos que me acompanham que quando enfim tenho um objetivo e me proponho a lutar por ele...Não vou dizer que consigo, que sou invencível e essas coisas que normalmente as pessoas dizem mais pra se convencerem de algo do que verdadeiramente lutam por tais ideais e idéias. Tenho um genuíno ódio por tais pessoas e, sem querer ser pré-conceituador, dá pra ver nos olhos quem são tais estúpidos. Seja como for, eu procuro mesmo ir adiante das capacidades, não sei com quem aprendi (não vou mentir e dizer bobagens como "aprendi com meu pai" e etc.), não acho que as situações "conspirem a favor" mas digo com certeza que torna-se possível ver outros caminhos, possibilidades e ter outras soluções quando a gente se propõe, com coragem talvez nunca antes exercida, a dar o primeiro passo.

A moral da estórinha imbecil aqui já desenvolvida é que estou sem ter o que fazer. Nào da vida em si, mas sem ter "um querer", um objetivo. Algo pra acordar, onde eu precise ir.
E as propostas que me dão me deixam mais descrente. Por que não fazes isso? Ou aquilo? e se fizessemos tal coisa da vida, do dia, ou agora?... Nào é que não haja saco, não é tédio. Não!
E aquilo que chamam de frieza, nem que seja um pouquinho. A falta de vontade e acreditar em qualquer coisa, porque voce já esteve lá, voce já tentou. E o mais importante: voce não conseguiu.

Por que eu não faço aquele show? Ou invisto mais na minha carreira? Por que não falo com ela? não peço desculpas? não invisto em fulana? não saio hoje pra beber em um lugar diferente? por que não acredito mais na mágica...
Me chamaram pra ir montar uma comunidade no deserto (o exemplo é estúpido, mas é real.)...Voce acha que dá pra levar isso a sério? Claro que tem coisas que por mais impossível pareçam sempre tem alguém pra realizar (imagina quando alguém convidou outro pra subir o Everest o que o convidado não pensou. Ou quando perguntaram pra criança o que ela queria ser quando crescer e esta respondeu presidente...Alguém tem que ser presidente, alguém tem que ser controlador de voo, esquimó, morar no deserto...Mas EU não to acreditando mais nisso, não há forças pra desprender pra isso)

Eu to precisando de coisas simples. Do ter no que acreditar. Só que esse "acreditar" facilmente vira faz-de-conta, e este se desfaz depois de um tempo. Eu sei, eu sei, isso é coisa de quem sofreu com decepções e não necessariamente esteja com todas elas resolvidas. O estranho é que sou muito bem humorado e tranquilo, eu levo os problemas da vida na boa. O que me feriu é o que certamente ainda vai me ferir, disso eu sei.

Queria olhar pra alguém e pensar: é ela. E ir atrás, e conhecer, e faze-la rir, me interessar pelo que ela sabe, gosta, conhece...falar bobagem, contar o que já vivi...mas eu olho pra qualquer uma, interessante ou não, e como qualquer outra situação da vida, digo pra mim mesmo: "deixa pra lá. Não vai dar certo."

E assim tem sido. Sei que tenho perdido coisas interessantíssimas dessa vida. E o remédio é continuar inerte usando - olha que ironico - a MESMA justificativa que eu usava quando IA atrás dos objetivos: amanhã é outro dia.


alguma idéia?

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